21.1.09

A VIDA DO TROPEIRO

Meio de transporte que, por muito tempo, dominou as trilhas da região. Em muitas fazendas vários lotes de burros pastavam e trabalhavam.Um lote (dez burros), era instintivamente treinado para o trabalho. Bem arreados com cangalhas, bruacas, sopradeiras de couro. A sobrecarga amarrava tudo. Até o dobro coberto pelo couro de boi.
Obedeciam a uma organização, criada pelos próprios animais. À frente, geralmente o mais esperto, o mais bonito e enfeitado, cincerro ao pescoço, lenços vermelhos e outros adornos, abria o caminho. Os demais vinham cada um ocupando o seu espaço determinado. Fechava a tropa o coiceiro.
Nos ranchos de tropa, o descanso para todos. Soltavam-se os animais num pequeno pasto para, no dia seguinte, prosseguir a viagem. Preparava-se um cafezinho, um torresminho, o feijão tropeiro...O burro (e a mula ou besta) são animais muito interessantes. Resultado do cruzamento do jumento com a égua, são estéreis, ou seja, não reproduzem. É evidente que há muitas histórias sobre a procriação de mulas. Dizem que ela deve ficar uma semana dentro d’água após o cruzamento. Muitos já tentaram, mas ainda não se viu um filho de mula nos pastos ou em qualquer outro lugar.
Também o muar se destaca pela inteligência.Quem chama o ser humano de burro, por julgá-lo ignorante, está no mínimo ofendendo tal espécie animal que conhece os caminhos melhor que muita gente, sabe escolher onde entra, onde pisa... Se cair num buraco, atoleiro ou precipício qualquer é porque em suas costas ou atrás há um animal mais ignorante, que se deu o nome de humano.

5 comentários:

Anônimo disse...

Só conheço essa vida de tropeiro através dos livros. Gostei muito de ver aqui essa parte linda de Minas Gerais.

Maria Betânia Oliveira
Florianópolis - SC

Anônimo disse...

A vida do tropeiro´é a nossa vida. Eles construíram o Brasil para nós. Quando não havia caminhões, só eles podiam transportar os mantimentos. Por isso devemos dar valor a essas pessoas que criaram um país junto com o lavrador.

Vitor Hugo de Freitas
Campo Grande / MS

Anônimo disse...

Tenho parentes que foram tropeiros lá no Serro. Muitos contam como era aquele tempo. Às vezes é até difícil de acreditar nas dificuldades que passavam. Por isso acho muito bom ver a vida deles aqui contada. Não importa se é Felício dos Santos, Rio Vermelho, Diamantina ou Serro. As histórias de parecem.

Jefferson de Castro Carvalho
Bauru - São Paulo

Anônimo disse...

Como é linda a história do tropeiro. Em Minas Gerais parece que foi um lugar mágico para eles. Infelizmente acabou. Seria tão bonito ver esse povo pelas estradas!

Jandira dos Passos Carneiro
Blumenau - SC

Carlos Henrique Costa disse...

Se eu pudesse queria estar no meio dessa gente.

Carlos Henrique Costa
Goânia - Góias