21.1.09

POEMA

ROTINA
(Geraldo Canuto)

Vida curta, miséria muita.
Filhos, netos, genro
Nora, cachorro e sogra
Um bolo só.

Grande tristeza, num ostracismo
Um corpo forte, almeja um salto
Da alma pura, no mundo bruto
Na vida dura, força não há.

Pro trabalho, quando se tem
A pé, de ônibus, até de trem.
Sacolejando sem qualquer plano
Parece gente mas, de repente,
É coisa humana, na multidão.

Sobe-desce, desce-sobe
Suor e lágrima e muito sangue
Embrutece e molda a massa humana
Cal, cimento, areia e dor.
Desce-sobe, sobe-desce
Imensa escada
Rumo ao céu.
(Retirado do livro Horizonte Noturno - p.21
ALL Print Editora - São Paulo /SP)

10 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito desse poema. Ele é de uma realidade espantosa. Quantas vezes nos vemos diante dessa realidade. E não podemos fazer nada para mudar isso. Ou podemos?

Cristina Betânia
Porto Alegre / RS

Anônimo disse...

Belíssimo poema!!!

Valéria da Silva Côrtes
São Caetano do Sul - SP

Anônimo disse...

Nessa poesia eu vejo a casa de minha mãe a muito tempo atrás. Hoje, graças a Deus, temos um pouco mais de conforto. Mas até me deu lágrimas nos olhos quando lembrei desse tempo.

Virgínia de Paula
Palmas - Tocantins

Anônimo disse...

Gostei dessa poesia. Eu tenho vontade de escrever assim, mais não con sigo de jeito nenhum.

Sérgio de Sousa Lopes
Rio de Janeiro - RJ

Anônimo disse...

Gostei da poesia. Ela fala de muita realidade que nós vemos a cada dia. Esse povo amontoado é típico das cidades grandes.

Carlos Miguel Rodrigues
Maceió - Alagoas

Anônimo disse...

Bárbaro essa poesia! Achei interessante a forma de ver do poeta ao encontrar uma casa cheia de gente e dela fazer uma obra de arte.

Maria de Fátima Carvalho
São José do Rio Preto / SP

Anônimo disse...

Não sou muito chegado em poesia. Mais essa me tocou porque vejo nela a realidade perto de mim. Quantos miseráveis existem morando em qualquer lugar por aí?

Vitor Hugo de Freitas
Campo Grande / MS

Anônimo disse...

Meu sonho é poder escrever um livro. Gosto de escrever. Adoro meus poemas, muitas pessoas também gostam, mas eu não sei se eles estariam dentro de uma forma aceita pela literatura. Esse poema ROTINA é belo e não sei se saberia escrever dessa forma.

Vera Lúcia de Albuquerque
Blumenau - SC

Anônimo disse...

Na verdade exite muita gente nessas condições. A poesia retrata muito bem os acontecimentos do dia a dia. Até vejo alguns dos casos que acontecem aqui na minha comunidade. São pais de famílias que saem pelas ruas sem saber na verdade o que vão fazer.

Maria de Fátima Guimarães
Betim - MG

Carlos Henrique Costa disse...

Essa é boa!!! Gostei demais.